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A Guerra das Letras

Aborrecimentos

Outubro 16, 2018

Aborrecem-me as conversas de café

os encontros causais de amigos nas ruas

sobre novas aplicações e seguros baratos

dos livros que leram sem os terem lido

dos filmes que viram sem os terem visto

(lâmpada fundida no génio que não tive

nem melhor ou pior de não ter sido

uma promessa iguala uma criança)

Aborrece-me a rapariga

que impede risos e conversas

e fuma cigarros por talento

enviada de Morfeus de caprichos secretos.

Onde está escrito o decreto de lei

que nos obriga escutar os aborrecidos

sem rasgos espontâneos, sem uma nesga de mar

cheias de tédio de morte e sucesso

de suores frios coroados de louro

em tudo? se ao menos falassem

de erradas filosofias íntimas na vida

escutaria suavíssimo

com ávido interesse de quem sobrevive a saber

mas chega-me um aborrecimento de morte

dos poemas antigos com inúmeras regras

dos poemas modernos com ausência de regras,

das palavras difíceis, das palavras simples

nada faz sentido, quero ou escrevo

molho o pão da alma

no leite da escrita

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